Por que é tão importante ter conhecimento sobre essa doença? 

Porque saber quando NÃO tratar uma doença é tão importante quanto sabermos quando devemos tratá-la.

É mais uma possível causa para as varizes pélvicas. Ocorre quando há compressão da veia ilíaca comum esquerda pela artéria ilíaca comum direita contra a coluna vertebral (é só dar uma olhadinha na figura para entender melhor). Essa compressão ocorre em todas as pessoas em algum grau, porém, há situações em que esta compressão chega ao ponto de ocluir a veia e causar trombose.

Essa anatomia de May-Thurner é observada em até 32% da população, mas a síndrome só vemos em 2 a 5%, o que mostra que somente a compressão da veia não é suficiente para causar os sintomas.

Quando devemos suspeitar da síndrome de May-Thurner?

Toda vez que vemos sintomas de doença venosa mais intensos na perna esquerda! Dor pélvica, varizes unilaterais, aumento injustificado do diâmetro do membro, inchaço da raiz da coxa, dor e sensação de peso desenvolvendo-se com atividades físicas, como caminhar e pedalar.

O primeiro exame que podemos fazer para diagnosticar é o Doppler venoso. Caso não seja conclusivo, podemos partir para outros exames mais complexos, como a tomografia, a ressonância ou, até mesmo, um ultrassom intravascular.

Agora, o que devemos fazer se for identificada a compressão da veia ilíaca?

Se a identificação da compressão da veia não for associada a nenhum sintoma, não devemos fazer nenhum tratamento! Também tratamos de forma conservadora os pacientes que apresentam sintomas leves e moderados, que não interferem no dia a dia.

Quando há a síndrome de May-Thurner, associada a sintomas incapacitantes de varizes pélvicas e varizes da perna esquerda, temos algumas possibilidades de tratamentos. A indicação depende de uma avaliação individualizada, em que consideramos a idade, o sexo, a possibilidade de gestação futura, a gravidade dos sintomas, as outras doenças associadas e o risco cirúrgico. 

É importante ser avaliado por um especialista e sentir segurança na avaliação que ele fizer, sempre lembrando que não tratamos doenças, tratamos PESSOAS, e que o risco do tratamento nunca pode ser maior que o risco da própria doença.