A consulta vascular tem algumas particularidades especiais e pode variar de acordo com a queixa principal do paciente. Na minha prática, basicamente, divido em seis etapas:
- Anamnese
- Exame físico completo
- Documentação fotográfica
- Doppler vascular
- Planejamento estratégico
- Adequação
Pode parecer sistemático, mas foi a forma que encontrei de fazer um atendimento completo e individualizado, sem o risco de esquecer alguma etapa.
A anamnese é o momento mais importante em que preciso entender o que trouxe o paciente até a consulta. É a oportunidade do paciente expor tudo o que está incomodando e tudo aquilo que ele espera que melhore na sua vida com a minha ajuda. Primeiro vamos conversar, entender suas queixas e seu histórico, tanto pessoal quanto familiar. Além disso, quero entender seus hábitos de vida, como alimentação, rotina de atividade física, rotina do trabalho e tabagismo.
O exame físico completo inclui avaliar tanto o sistema arterial, quanto o venoso, principalmente dos membros. É importante palpar os pulsos e comparar a pressão arterial das pernas com a dos braços. Além disso, procurar por calosidades, alterações da pele e feridas, muitas vezes ainda não percebidas pelo paciente. Já nesta etapa podemos usar da tecnologia, como o doppler portátil e o fleboscópio.
Com o passar do tempo, é muito comum que o paciente esqueça mesmo como estava antes de iniciar o tratamento. É muito importante documentar as etapas tanto do tratamento de varizes, quanto a cicatrização de uma ferida. Acompanhar esta evolução nos dá um direcionamento, para saber se estamos no caminho desejado para atingir o objetivo determinado lá na anamnese.
Se indicado, já podemos fazer o Doppler no próprio consultório. É um exame pouco invasivo, que consiste no uso do ultrassom para verificar os vasos sanguíneos. Não requer uso de radiação ou contrastes, sendo um método seguro e que permite diagnosticar a maioria das doenças vasculares.
Após os exames complementares, chega a hora de fazer uma prescrição levando em consideração tudo o que é relevante para aquele paciente que está ali e também as complicações que podem acontecer após cada ação. Elaborar um plano, determinando o começo e o fim de cada etapa, sabendo o que cada um tem que fazer, incluindo médico, paciente, familiares e outros parceiros, como colegas de outras especialidades ou enfermeiro e fisioterapeuta.
Após expor o plano de tratamento para atingir o objetivo, é hora de escutar o paciente novamente para entender se aquilo faz sentido para ele ou se devemos adequar alguma etapa. Individualização é isso: nem sempre o melhor tratamento para aquela doença é o melhor tratamento para aquele paciente.