Os miomas uterinos são os tumores benignos mais comuns nas mulheres adultas. Estima-se que a sua ocorrência afeta quase ⅓ das mulheres em idade reprodutiva. Felizmente, a maior parte dos miomas é assintomática e não requer intervenção ou investigação diagnóstica adicional.
Quando presentes, os sintomas apresentam impacto considerável na qualidade de vida e na produtividade das mulheres. Podem causar:
- sangramento menstrual intenso, dor na região pélvica (inclusive durante a relação sexual)
- pressão na bexiga ou no intestino, causando urgência miccional ou constipação
- anemia por deficiência de ferro.
Os sintomas são relacionados diretamente ao tamanho, ao número e à localização dos miomas.
- subserosos: tendem a causar compressão da bexiga e do intestino
- intramurais: causam sangramento e fluxo menstrual intenso
- submucosos: produzem sangramentos irregulares com maior frequência.
A maioria das pacientes com miomas assintomáticos não tem benefício de qualquer tratamento específico. Casos específicos devem ser avaliados pelo ginecologista.
Qualquer intervenção, seja invasiva ou medicamentosa, deve ser reservada para as pacientes sintomáticas, com o objetivo de melhora dos sintomas e da qualidade de vida. O tratamento escolhido ainda depende do número, tamanho e localização dos miomas, do volume uterino, da idade da paciente, da necessidade e desejo da paciente em preservar o útero e a fertilidade.
As opções de tratamento incluem terapia hormonal, miomectomia (retirada cirúrgica do mioma), histerectomia (retirada cirúrgica do útero) e embolização das artérias uterinas.
A histerectomia é o tratamento padrão, além de ser definitiva, por retirar todo o útero. Porém, não atende à necessidade das mulheres que desejam preservar o útero ou que ainda desejam engravidar.
Restam 2 opções para aquelas que não desejam retirar o útero: a miomectomia e a embolização das artérias uterinas.
Não existe o melhor tratamento para todas. Existe o melhor tratamento para cada caso específico. Antes de decidir, a paciente deve se informar sobre tudo o que envolve cada procedimento, pré-operatório, como é feito, como é o pós e quais são as possíveis complicações.
A embolização das artérias uterinas, em geral, promove a redução de:
– 50 a 60% no tamanho dos miomas
– 40 a 50% no tamanho do útero
– 88 a 92% nos sintomas de massa
O controle do sangramento anormal ocorre em mais de 90% das pacientes.
E como é feito este procedimento?
É minimamente invasivo, feito através da introdução de um cateter na virilha por meio de uma pequena punção. Com o cateter locado, é realizada a injeção de micro partículas nas artérias que fornecem sangue aos miomas. Geralmente a paciente fica de 1 a 3 dias internada para que possa receber medicamentos para dor e ser observada.
Apesar deste procedimento possuir muitas vantagens, ele não é isento de riscos. Além disso, não deve ser realizada em mulheres assintomáticas, quando há suspeita de câncer ou quando há inflamação ou infecção na pelve. É contraindicada em mulheres grávidas e naquelas que são sabidamente alérgicas ao contraste iodado.